Revolução Industrial

16/08/2023

Linha de montagem de uma fábrica de automóveis.

            REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 

        No século XVII, a Revolução Inglesa aboliu a monarquia absoluta e instituiu a monarquia parlamentar na Inglaterra, limitando o poder do monarca (rei) e possibilitando o acesso da burguesia ao Parlamento. O ambiente de estabilidade política favoreceu o desenvolvimento econômico e o surgimento de novas máquinas, graças ao uso da energia a vapor. A Revolução Industrial foi um conjunto de grandes transformações econômicas, sociais, científicas e técnicas que começou na Inglaterra, a partir da segunda metade do século XVIII.

         Diversos fatores contribuíram para o pioneirismo industrial da Inglaterra. O domínio do comércio nos mares permitiu à burguesia acumular capitais e adquirir terras. O uso de técnicas mais modernas dispensou o emprego de grande contingente de trabalhadores no campo. Com isso, milhares de camponeses migraram para as cidades. A Inglaterra também possuía grandes reservas de ferro e carvão, permitindo construir novas máquinas e movimentar as fábricas. Por fim, a ascensão política da burguesia favoreceu a aprovação de leis e medidas favoráveis ao desenvolvimento industrial.

        O êxodo no campo fez aumentar a oferta de trabalhadores para as fábricas. Artesãos falidos também foram absorvidos pela indústria. Entretanto a enorme oferta de trabalhadores contribuiu para reduzir os salários e ampliar a pobreza. Os proprietários das fábricas (burguesia) impunham aos operários longas jornadas de trabalho. Além disso, as instalações eram sujas e escuras, provocando altos índices de acidentes e doenças. Mulheres e crianças também eram empregadas na indústria e recebiam salários ainda mais baixos. Os operários viviam espremidos em casas e habitações coletivas precárias, as ruas eram fétidas e os bairros, contaminados pela fuligem e pelo odor que vinham das chaminés.

  • Êxodo: deslocamento de um povo ou saída em massa de pessoas de uma cidade, país ou território.
  • Burguesia: proprietária das fábricas e das máquinas.

     As principais características da Revolução Industrial foram o surgimento das fábricas e de máquinas mais modernas, graças ao emprego da energia a vapor; o aumento da produção e do consumo de mercadorias, o crescimento da miséria nas grandes cidades e o aparecimento de novos grupos sociais: os proprietários das fábricas e os operários. A pressa passou a fazer parte da rotina dos trabalhadores, e a máquina, a definir o ritmo fabril. A necessidade de organizar o trabalho nas fábricas acabou fazendo do relógio instrumento de controle dos operários: os horários de entrada e saída, os prazos para realizar as tarefas e para descansar. Além disso, ao contrário do artesão, que dominava todo as fases da confecção de um produto, o trabalhador da indústria passou a dominar apenas uma fase do processo fabril.

        A necessidade de aumentar os lucros e reduzir os custos de produção obrigava os trabalhadores a cumprir exaustivas jornadas de trabalho, em troca de salários miseráveis, favorecendo a concentração de riqueza e o crescimento da pobreza. A exploração do trabalho nas fábricas e a ausência de leis trabalhistas (condições de segurança e higiene, descanso, férias, aposentadorias), estimularam o aparecimento dos primeiros movimentos operários, como a quebra de máquinas e o envio de cartas aos Parlamento inglês, exigindo redução da jornada de trabalho. Aos poucos, os protestos foram ficando mais organizados. Surgiram os sindicatos e novas estratégias de luta, como as paralisações e as greves.

  • Sindicato: organização de trabalhadores de uma mesma profissão ou atividade que visa lutar pelos interesses da categoria profissional.

      A primeira etapa da Revolução Industrial, entre 1760 e 1850, foi caracterizada pelo aprimoramento da máquina a vapor e pelo aparecimento do tear mecânico e das primeiras locomotivas. Na segunda etapa, entre de 1860 a 1900, o processo fabril alcançou outros países, como Alemanha, França e Estados Unidos da América (EUA). O emprego do aço, a utilização da eletricidade e dos combustíveis derivados do petróleo (gasolina e diesel), o aprimoramento das locomotivas e navios a vapor e o aparecimento do motor a explosão, do telégrafo, do telefone, da fotografia, do cinema e dos primeiros automóveis foram as principais inovações da chamada Segunda Revolução Industrial.

FONTE

BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História: Sociedade & Cidadania - 8º Ano. São Paulo: Editora FTD, 2012.

COTRIM, Gilberto. História - Brasil e Geral. São Paulo: Saraiva, 2003.

www.sohistoria.com.br