Independências na África e Ásia

15/09/2021

Mahatma Gandhi, o líder pacifista indiano.

INDEPENDÊNCIAS NA ÁFRICA E ÁSIA

            No século XIX, as potências europeias, Inglaterra, França, Alemanha, Bélgica, colonizaram grandes extensões territoriais na África e na Ásia. No entanto, após a Segunda Guerra Mundial, o declínio econômico da Europa e o crescimento dos movimentos de independência contribuíram para a emancipação política de muitos povos africanos e asiáticos. A manutenção de vastos territórios coloniais virou um grande problema para as nações europeias. Arruinadas pela guerra e ameaçadas pelo avanço das lutas anticoloniais, foram forçadas a mudar suas estratégias imperialistas e a preparar o processo de descolonização.

        O pan-africanismo, movimento político e ideológico de resistência contra a política colonialista perpetrada pelas nações europeias, e o negritude, movimento político e cultural de valorização da cultura negra e de combate à segregação racial, inspiraram as lutas anticoloniais na África, contribuindo para o surgimento de novas lideranças, como Kwame Nkrumah, no Gana, e Patrice Lumumba no Congo. As lutas de independência adquiriram características específicas e levaram à formação de vários países (Argélia, Marrocos, Gana, Congo, Chade, Togo, Níger, Nigéria, Senegal, Mali, Madagascar, Somália).

          Em 1922, Mahatma Gandhi assumiu a liderança da luta contra a colonização inglesa na Índia. A tática adotada pelo líder indiano consistia na resistência pacífica e na desobediência civil. Gandhi incentivava os indianos a desobedecer às leis, bem como não pagar impostos e não comprar produtos ingleses. Graças à liderança de Gandhi e à fragilidade econômica da Inglaterra, devastada pela guerra, a Índia conquistou sua independência em 1947.

             Os Estados Unidos e a União Soviética apoiaram diversos movimentos de independência na África e na Ásia, com o intuito de estabelecer influência política e econômica sobre os novos países (Guerra Fria). Em 1955, porém, foi realizada a Conferencia de Bandung na Indonésia. Várias nações africanas e asiáticas assinaram um acordo apoiando as lutas anticoloniais e rejeitando a interferência política dos EUA e da URSS.  

         Após a Segunda Guerra Mundial, cresceu a luta contra a colonização francesa na Argélia, marcada por violentos conflitos. Em 1961, um massacre de argelinos durante uma manifestação popular (assassinatos, prisões) acelerou as negociações. Em meio à intensa mobilização política, o presidente da França Charles de Gaulle aceitou negociar com os argelinos. Em 1962, a Argélia conquistou sua independência.

        O processo de descolonização conferiu autonomia política a várias nações africanas e asiáticas. Entretanto preservou a dependência econômica e deixou um rastro de destruição e miséria. Na África, setores importantes da economia (petróleo, carvão) continuaram em poder de empresas estrangeiras. A partilha do território africano entre as potências europeias no século XIX, sem respeitar as antigas fronteiras, bem como as tradições e costumes dos povos colonizados, resultou na separação forçada de várias etnias. Com isso, muitos movimentos de independência, contaminados por disputas territoriais entre chefes africanos, acentuaram as rivalidades políticas e étnicas, provocando longas guerras.

O apartheid

          Em 1948, foi instituído o apartheid na África do Sul, um conjunto de leis racistas que limitava os direitos políticos e civis da população negra. Adotado pelo Partido Nacional, grupo político controlado pela elite branca, o regime racista proibia a participação dos negros na política e o acesso às melhores escolas e universidades do país, além de casamento entre raças. Havia também segregação racial em ônibus, hospitais e restaurantes.

          O apartheid gerou violentas revoltas na África do Sul. Nelson Mandela foi o principal líder do Congresso Nacional Africano, organização negra fundada para lutar contra as leis racistas no país. Em 1992, diante de uma profunda crise econômica e social e de uma intensa campanha mundial contra o violento regime de segregação racial, o apartheid foi abolido. Em seguida, Mandela foi eleito presidente da África do Sul.

FONTES

APOLINÁRIO, Maria Raquel. Projeto Araribá - História. 9º Ano. São Paulo: Moderna, 2010.

BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História: Sociedade & Cidadania - 9º Ano. São Paulo: Editora FTD, 2012.

GARCIA, Divalte. História. São Paulo: Editora Ática, 2004.