Imperialismo
A partilha da China - Henri Meyer (1898).
IMPERIALISMO
No final do século XIX, a economia mundial passou por grandes mudanças. Os avanços científicos e tecnológicos ampliaram a produção e o consumo de mercadorias, possibilitando o surgimento de grandes indústrias e bancos. Porém a necessidade de procurar novos mercados e fontes de recursos naturais (petróleo, carvão, ferro, cobre) para expandir os negócios e os lucros estimulou as potências europeias a conquistar territórios na África e Ásia.
O Imperialismo, ou neocolonialismo, foi um conjunto de práticas adotadas pelas nações industrializadas da Europa, além dos Estados Unidos da América (EUA) e do Japão, a partir de meados do século XIX, com o objetivo de exercer dominação política e econômica em várias partes do mundo. A justificativa usada pelos colonizadores europeus foi o desejo de levar o progresso da ciência e da técnica aos povos africanos e asiáticos, vistos como inferiores e atrasados pelos países industrializadas. Porém o real interesse era controlar novos mercados e fontes de recursos naturais. Ouro, prata e marfim também eram cobiçados.
Teorias falsas baseadas na percepção distorcida de que existem povos superiores e povos inferiores, como o etnocentrismo e o racismo, foram usadas pelos colonizadores europeus para legitimar a dominação imperialista: as nações vistas como mais avançadas tinham a missão de levar o progresso às nações consideradas mais atrasadas.
Até meados do século XX, Inglaterra, França, Bélgica e Alemanha dominaram quase todas as regiões da África e parte da Ásia, fazendo acordos políticos ou diplomáticos com líderes africanos e asiáticos e estabelecendo colônias, protetorados e áreas de influência. Além disso, os europeus fizeram uso da força e estimularam guerras oferecendo armas a aliados em troca de territórios. Os grandes domínios coloniais foram estabelecidos principalmente pela Inglaterra, França, Estados Unidos e Japão.
- Colônia: território ou país governado por uma nação imperialista.
- Protetorado: país com governo local, mas tutelado por uma nação imperialista.
- Área de influência: país com governo local, mas submetido a influências e interesses de uma potência imperialista.
- Principais domínios coloniais: Inglaterra (Rodésia, Quênia, Uganda, Sudão, Índia, China), França (Senegal, Guiné, Marrocos, Indochina), Estados Unidos (México, Cuba, Venezuela, Panamá) e Japão, (China, Indonésia, Coreia, Vietnã, Camboja, Singapura).
A partilha da África entre as potências europeias resultou na separação forçada de várias etnias. Os colonizadores europeus ignoraram laços políticos, comerciais e culturais que uniam diversos povos africanos estabelecendo fronteiras coloniais sem observar as tradições e costumes das nações colonizadas. Por outro lado, a luta contra a expansão imperialista foi intensa. Os africanos organizaram diversas rebeliões e motins. Na Ásia, também houve forte resistência anticolonial.
Gana
Em 1890, explodiu a Rebelião Ashanti na Costa do Ouro, atual Gana. O motivo da revolta foi a deposição de vários chefes tradicionais e a destruição de traços culturais do povo Ashanti pelos ingleses. A rebelião terminou em 1900 com a prisão da rainha Yaa Asantewaa, uma das principais líderes da revolta.
Índia
Desde 1750, os ingleses impunham os seus interesses na Índia. Os indianos eram obrigados a produzir algodão para as indústrias têxteis da Inglaterra. Em 1857, explodiu uma rebelião, envolvendo soldados nacionalistas hindus, contra os abusos praticados pelas autoridades inglesas e o crescimento da miséria no país. Graças ao uso de armas modernas (navios, metralhadoras e canhões), os ingleses, esmagaram a rebelião. Em seguida, a Inglaterra assumiu o governo indiano.
China
A partir de 1820, comerciantes ingleses passaram a obter enormes lucros com o comércio de ópio na China. A substância narcótica usada na fabricação da morfina e da heroína era proibida entre os chineses. O governo inglês, todavia, foi conivente com os traficantes. Em 1839, explodiu uma rebelião contra o comércio ilegal de ópio no país. Os ingleses sufocaram a revolta obrigando o governo chinês a assinar um documento favorável aos interesses da Inglaterra, além de pagar uma pesada indenização de guerra.
As disputas imperialistas criaram um ambiente de forte rivalidade entre nações europeias. Os avanços científicos e tecnológicos não foram capazes de impedir as tensões nacionalistas e o crescimento da produção de armamentos na Europa, conduzindo o mundo ao primeiro conflito armado de alcance global da História, a Primeira Guerra Mundial.
- Imperialismo: domínio ou influência política, econômica e cultural de uma nação mais rica sobre uma nação mais pobre.
- Etnocentrismo: percepção ou atitude racista adotada por um determinado povo ou etnia em relação a outros grupos étnicos vistos como periféricos ou atrasados. Desprezo em relação a outros povos, que pode alcançar níveis extremos e violentos.
APOLINÁRIO, Maria Raquel. Projeto Araribá - História. 9º Ano. São Paulo: Moderna, 2010.
COTRIM, Gilberto. História - Brasil e Geral. São Paulo: Saraiva, 2003.
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