Revoltas coloniais no Brasil

09/03/2021

Jornada dos Mártires - Antônio Parreiras (1928).

REVOLTAS COLONIAIS NO BRASIL

          No século XVIII, explodiram diversas revoltas separatistas no Brasil com o objetivo de romper os laços políticos com Portugal. O antigo sistema colonial limitava o desenvolvimento da colônia e prejudicava os interesses da elite brasileira de fazer comércio com outros países. Grande parte dos lucros era enviado a Portugal em forma de mercadorias e impostos. Na Europa, os empresários da indústria defendiam o fim do monopólio português para expandir seus negócios. No Brasil, a elites econômicas (grades fazendeiros e comerciantes) também passaram a apoiar a extinção do sistema colonial, influenciadas pelas ideias iluministas. A insatisfação da elite brasileira estava ligada à queda dos lucros e à ampliação dos impostos. Setores populares também reivindicavam mudanças. 

  • Colônia: domínio territorial de um país, cujo território não faz fronteira com o território colonizado.
  • Monopólio: domínio ou controle de um determinado mercado ou produto por um Estado, empresa ou grupo de empresas. O monopólio elimina a concorrência.     

         Em Minas gerais, os grandes mineradores estavam insatisfeitos com a cobrança da derrama (impostos). Na Bahia, por sua vez, a insatisfação dos grandes fazendeiros e comerciantes foi motivada por uma grave forte econômica e social. Porém a presença de setores populares (artesãos, soldados e escravos) na revolta baiana incorporou outras reivindicações, como a questão da igualdade e a abolição da escravidão.

Conjuração Mineira

        Em 1789, explodiu em Minas Gerais uma revolta separatista provocada pelo declínio da produção aurífera (ouro), o aumento dos impostos e a proibição para a instalação de indústrias na colônia. O anúncio da derrama, a cobrança dos impostos atrasados, foi o estopim da revolta. Os mineradores e negociantes alegavam que não podiam pagar os tributos, pois a exploração aurífera estava em decadência. Já as autoridades portuguesas afirmavam que o ouro estava sendo desviado e contrabandeado pelos colonos.

      Diante da situação, membros da elite mineira (grandes fazendeiros, advogados, clérigos, mineradores e intelectuais), começaram a planejar um movimento separatista contra o sistema colonial. Influenciados pelas ideias iluministas (liberdade, república) e pela Independência dos Estados Unidos da América (EUA), os conjurados mineiros planejavam a independência de Minas Gerais e a proclamação de uma república. Pretendiam também desenvolver a indústria. A abolição da escravidão, entretanto, não estava nos planos do movimento, pois não havia consenso sobre a questão escravista.

Conjuração Baiana

            Em 1798, explodiu na Bahia uma revolta separatista motivada pelo declínio da produção agrícola, o aumento dos impostos e a proibição para a instalação de indústrias. Membros da elite baiana (grandes fazendeiros e comerciantes) e das camadas populares (pequenos comerciantes, artesãos e soldados) iniciaram m movimento contra o domínio colonial. Influenciados pelas ideias iluministas (igualdade, república), pela Independência dos EUA e pela Revolução Francesa, os conjurados baianos planejavam a independência da Bahia, a proclamação de uma república, a redução dos impostos e a abolição da escravidão.

            As revoltas separatistas foram reprimidas com violência pelas autoridades portuguesas para impedir novas rebeliões na colônia. Em Minas Gerais, o alferes Joaquim José da Silva Xavier, vulgo Tiradentes, o único conjurado que assumiu sua participação no movimento, foi condenado à forca. Os demais participantes receberam a pena do exílio. Na Bahia, os alfaiates João de Deus e Manuel Faustino e os soldados Lucas Dantas e Luís Gonzaga das Virgens também foram levados à forca. Todavia a violenta repressão não sufocou os ideais de liberdade e igualdade, que continuaram inspirando revoltas em várias partes do Brasil.

FONTES

APOLINÁRIO, Maria Raquel. Projeto Araribá - História. 8º Ano. São Paulo: Moderna, 2010.

BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História: Sociedade & Cidadania - 8º Ano. São Paulo: Editora FTD, 2012.